segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Identidade individual e social

Relações entre o indivíduo e o social

A relação entre o indivíduo e a sociedade sempre esteve em voga, seja na sociologia clássica onde somos vistos como um produto do determinismo social, seja na sociologia contemporânea onde considerando nossa complexidado. Tanto com relação a personalidade, quanto contexto social onde estamos inseridos, entende-se que estes dois fatores (social e individual) são indissociáveis.

Dentro deste contexto, foi elaborada a atividade a seguir para o módulo Psicologia Organizacional - do curso de graduação tecnológica em processos gerenciais da FGVonline, que teve como objetivo analisar a complexidade do viver coletivo e do quanto nossa individualidade interfere no social.

Complexidade do viver coletivo

Para discorrer sobre o viver coletivo, precisaremos antes refletir o indivíduo e como ele se forma.
A personalidade é algo tão complexo que não existe consenso sobre ela. Há diversas teorias como a psicodinâmica (onde a personalidade é uma organização dinâmica), a cognitiva (em que as características do indivíduo são constituídas racionalmente pelo próprio sujeito), a comportamental (onde a personalidade é expressa pelo comportamento observável) e a Rogeriana ou da fenomenologia (onde a personalidade é um processo sempre em formação). O que diferencia estas teorias é o peso dos determinantes externos (sociais, culturais, históricos, ideológicos) ou internos (pulsões, instintos, características herdadas).
Estes determinantes externos são base para o estudo da Psicologia Social, que deve ser interdisciplinar, já que os determinantes internos (medos, desejos, ambições, necessidades, vaidades) são projetados no externo, contribuindo para sua formação, e esse mundo social influencia nossa estrutura pessoal, criando um ciclo constante.



Figura 1.



Vimos na figura acima que o indivíduo e a sociedade interagem e não se isolam. Segundo Marx, o homem é no sentido mais literal, um zoon politikon, não só animal social, mas animal que só pode isolar-se em sociedade.
Jean Jacques Rousseau, desenvolveu a idéia de que a sociedade deve ser regida por um contrato social, em que cada indivíduo renuncia algo de si em prol do bem comum. A partir daí Rousseau prescreveu a maneira de se constituir a sociedade, onde o todo seja contemplado e os diretos dos cidadãos defendidos. Logo, cada sociedade tem o seu contrato específico, baseado em sua cultura, valores, governança e etc.
E conforme descrito na bandeira nacional brasileira, a sociedade precisa de ordem para garantir o progresso.


Exemplos do cotidiano

O filme Não é que parece – episódio Indivíduo e Coletivo, mostra o exemplo do jovem Edson José de Oliveira Silva, que mora na comunidade do Vidigal no Rio de Janeiro – Brasil, estuda no colégio Maria José Teixeira Filho, torce pela equipe de futebol Flamengo e participa da comunidade não governamental Nós do Morro. Tanto o Brasil, Rio de Janeiro, comunidade do Vidigal, colégio Maria Teixeira Filho, Flamengo e comunidade Nós do Morro já existiam antes do jovem Edson José de Oliveira Silva nascer. Estes elementos interferiram no formação de Edson e no que ele se tornou. Edson por sua vez, contribui ativamente para a sociedade também transformando-a. Novamente vemos aqui o ciclo da figura 1, onde indivíduo e sociedade se complementam.

Por isto tudo, percebe-se que os limites entre o social e o psíquico se confundem, se fundem e nos confundem. Pela complexidade é um tema que não se esgota, sendo ainda mais dinâmico com o intercambio cultural promovido pela globalização. Particularmente, acredito que a preocupação com o social além do indivíduo deve ser disseminada para que garantamos um mundo habitável e consigamos assim garantir o interesse pessoal de sobreviver como espécies.

Referências bibliográficas

PRINA, Júlio Leopoldo Silva. Indivíduo e Sociedade: Escolhas individuais ou vontades coletivas? UFSC. Disponível em http://www.tede.ufsc.br/teses/PGSS0017.pdf. Acesso em 01 de outubro de 2009.

Hertwig, Daniela von. Formação da identidade individual e social e suas relações. Disponível em http://danielavhm.blogspot.com/2008_07_01_archive.html. Acesso em 01 de outubro de 2009.


Filme - NÃO é o que parece!. Episódio: Indivíduo e coletivo. Direção: Rosane Svartman; Paulo Nascimento; Alexandre Lucato; Giu Zanelato; Marcelo Pinheiro. Brasil: Accorde Produções/Gaia Produções/Oficina de Imagens, 2002. 24 min., son., color.

Papel dos Gerentes nas Organizações Contemporâneas

O mundo vem passando por um processo de mudança muito acelerado. Independente de ser de hábito, cenário econômico ou evolução tecnológica estas mudanças sempre impactam no trabalho, na estrutura organizacional e na forma de gestão.

Dentro deste contexto, foi elaborada a atividade a seguir para o módulo Introdução a Administração - graduação tecnológica em processos gerenciais - FGV ONLINE, que teve como objetivo analisar o papel do “novo gerente”, bem como suas principais habilidades e competências.

Tarefas a serem desempenhadas pelo gerente

Segundo Fayol as principais atividades do administrador são o planejamento, a organização, a direção e o controle e Caravante, Panno e Kloerckner advertem que o segredo está no como fazer tudo isto. Este “modus operandis” deve mesclar conceitos de administração com a adaptação natural que se faz necessária para que o gerente esteja pronto para acompanhar o cenário de mudanças contemporâneas.

Burns & Stalker observam que não existe uma única forma adequada de administrar e que esta vai depender de diversos elementos organizacionais. Logo, conhecer, compactuar e disseminar a cultura da empresa em que se atua são atividades fundamentais para o gestor.

Muito mais do que um chefe, o gerente deve ser de um facilitador organizacional, combinando os aspectos relacionados às tarefas de um administrador (planejamento, organização, direção e controle) com a de gerir de pessoas. Deve liderar a equipe estimulando que se desenvolva para atender as expectativas da empresa, clientes e exigências do mercado. Trata-se de um trabalho de aprendizado continuo que gera um ciclo de treinamento e monitoramento.

Este papel de “coach” (termo em inglês que significa treinador/ orientador) faz com que o gerente saia da posição tradicional de “puxador” (a frente da equipe) para estar na retaguarda garantindo o resultado final. O “coach” sempre está atento as forças e fraquezas internas, e oportunidades e ameaças externas, orientando a equipe que passa a ser autogerenciavel. Esta liberdade assistida dá espaço para a criatividade e potencialização dos talentos individuais, facilita a interação, velocidade e dinamismo para atuar a frente de novos desafios.

A revista HSM Management de número 69 ano de 2008 apresentou as cinquenta empresas mais inovadoras do mundo, sendo a Google a primeira colocada. Segundo a reportagem a liberdade que a empresa confere a seus funcionários (com a devida orientação, é claro) é um dos principais estimulantes desta conquista. Este é um exemplo prático de que a forma de administrar realmente mudou.


Competências e habilidades demandadas do gerente

O gerente contemporâneo tem sem dúvida competências e habilidades polivalentes. Dentre elas, podemos destacar o sentimento de “dono” com ações comprometidas com a organização, a visão holística dos processos da estrutura, a excelente postura (ser exemplo de conduta para a equipe), a maturidade, a liderança e o bom relacionamento humano.

Por ser um facilitador interdepartamental, deve ter uma comunicação efetiva, habilidade de negociação e a sabedoria de ouvir.

Como dono da sua própria carreira, deve ter a capacidade de buscar o conhecimento interior, ser resiliente, auto-motivado e também autodidata, buscando atualização sem depender de uma área de treinamento. O aprendizado deve ser constante e ininterrupto.


Por isto tudo, percebe-se que o gerente deve ter uma atuação flexível, combinando a teoria tradicional com novas formas de trabalho, visão holística, aspectos relacionados às tarefas de um administrador e gestão de pessoas. É imprescindível que busque o auto-conhecimento que dará sustentação a motivação e a gestão de sua própria carreira.

Referências bibliográficas

MARIANA,Lima Bandeira; ANTÔNIO,Luiz Marques; CLÉA,Martha Quaresma do Santos. Líder ou gerente: eis a questão. In: Reflexões sobre o papel gerencial: um perfil modernizador. UFMG. S/D. Disponível em :http://www.geocities.com/hollywood/studio/1554/artigos/artigo01.html. Acesso em: 04 de set. 2009.

MOTTA, P. R. O alvo do aprendizado: todos os gerentes como dirigentes de alto nível. In:______. Transformação Organizacional: a teoria e prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. Disponível em: . Acesso em: 04 de set. 2009.

SOUZA, Afonso. Coaching muda o estilo do gerente. Disponível em: . Acesso em: 04 de set. 2009.

HSM Management; número 69; ano 12; volume 4; julho-agosto/2008; página 107; autores: BORDEN, Mark; BREEN, Bill; CHU, Jeff; DEAN, Josh; FANNIN, Rebeca; FELDMAN, Amy; FISHMAN, Charles; HOCHMAN, Paul; KUSHNER, David; LACTER, Mark; LEVINE, Robert; LIDSKY, David; NCGIRL, Ellen; SACKS, Danielle; SALTER, Chuck; SOVOBODA, Elisabeth; TICHLER, Linda